Porque não estamos condenados a ver sempre o copo meio-vazio, aqui só se destaca o copo meio-cheio
Quebro aqui a regra de só divulgar relatórios acabados de sair para aproveitar uma discussão com uma amiga que jurava a pés juntos que Lisboa era das cidades mais perigosas da Europa.
O UNICRI, a agência da ONU para investigação sobre o Crime e a Segurança, publicou um estudo em 2007 (dados recolhidos em 2005) sobre a segurança em várias cidades. Em vez de se basear em estatísticas, fez milhares de inquéritos perguntando se as pessoas tinham sofrido algum crime.
Entre todas as cidades europeias, Lisboa teve a taxa de vitimização (ter sido vítima de algum crime no último ano) mais baixa da Europa.
E não foi só graças a crimes como roubo de bicicletas (que obviamente não pode ser comparado entre cidades), mas crimes mais gerais. 4ª com menos assaltos a carros, um terço da média em roubo de motas, 1ª com menos assaltos a casas, 1ª com menos roubos (carteira, roupa, etc.), 3ª com menos carteiristas, 1ª com menos ameaças sexuais a mulheres, 2ª com menos ameaças físicas, 5ª com menos fraudes contra consumidores.
Em termos de corrupção, nomeadamente pedidos de subornos, Lisboa apesar de valores altos, está bastante abaixo da média, 1,1 face a 1,9.
O caso muda totalmente de figura - dando total razão a este blog - quando se deixa de perguntar sobre factos, e se passa a perguntar sobre receios e sobre suspeições. Aí, os Lisboetas saltam para o topo das listas, por exemplo em 4º lugar em receio de vir a ter a casa assaltada.
A confiança dos consumidores portugueses emJjulho não estava tão alta há 2 anos. O mesmo se aplica à apreciação da situação financeira da família.
A confiança subiu em todos os sectores económicos excepto um. Na indústria transformadora os indicadores de produção actual, procura global, procura interna, procura externa e de produção prevista sobem há vários meses consecutivos. O mesmo se aplica a todos os indicadores do comércio (confiança, vendas, actividade prevista, etc.).
A variação mensal das vendas no comércio a retalho, deflacionadas e corrigidas dos efeitos de
calendário e da sazonalidade, situou-se em 2,9% em Julho.
O emprego no comércio subiu 1,4% face ao mês anterior.
As remunerações brutas subiram 5,1% face ao ano anterior, com especial destaque para o comércio de produtos alimentares, onde as remunerações subiram 10,8%. Em termos mensais a subida foi de 1,0%.
O preço dos empréstimos para habitação nunca esteve tão baixo desde que há estatísticas. A taxa de juro média foi de 2,77% e Julho, uma fortíssima descida de 3,21 pontos percentuais desde Dezembro.
A prestação média caiu assim 11 euros (menos 4%) num só mês, acumulando uma descida de 95 euros desde Dezembro.
Os juros cairam também nos novos contratos celebrados, sendo agora de apenas de 2,57%.
A indústria no seu todo teve um comportamente positivo em Julho face ao mês anterior, tendo a produção industrial subido 1,6% (dados corrigidos de sazonalidade e calendário), com especial destaque para a indústria de bens de consumo com +3,4%.
A variação homóloga na indústria foi melhor do que a ocorrida no mês anterior.
Num relatório de análise ao impacto da subida do preço do petróleo na balança comercial europeia em 2008, o Eurostat mostra que as exportações portuguesas para fora da UE tiveram uma evolução muito acima da média europeia, 13,5% contra 5,4%.
As importações portuguesas também aumentaram devido ao preço do petróleo, mas apesar de Portugal ter de importar por completo o petróleo que consome (o que não acontece em toda a UE), o seu crescimento (15,3%) foi apenas ligeiramente superior ao das exportações quando na média europeia a diferença foi maior, 8,1% face aos tais 5,4%.
Embora tendo uma variação homóloga negativa, as encomendas à indústria portuguesa continuaram com uma variação melhor que a média europeia em Junho (últimos dados). Desde o início do ano é o 5º mês em que isto acontece (a única excepção foi Abril e por uma margem muito pequena).
Portugal está abaixo da média europeia no que toca à percentagem de trabalhadores que tiveram um acidente de trabalho, 3% contra 3,6%. Mesmo quando comparado apenas com os países mais ricos da UE, a UE a 15 antes do alargamento a leste, Portugal fica abaixo da média. Os trabalhadores portugueses (tanto homens como mulheres), estão também menos expostos a factores que possam afectar o seu bem-estar psicológico. Mais uma vez, até melhor que a média na UE15.
Segundo o relatório Banco de Portugal sobre Julho (a página original está em baixo, mas o Público disponibiliza-o), os indicadores de actividade económica e de consumo privado subiram face ao mês anterior.
O volume de negócios no comércio a retalhe tevo um comportamento melhor do que em Junho. O mesmo se aplica à venda de automóveis ligeiros e pesados comerciais (valores trimestrais face ao trimestre homólogo).
O índice de confiança dos consumidores subiu, tal como a confiança nos sectores do comércio a retalho, serviços, construção e indústria transformadora.
O défice da balança corrente teve uma diminuição (logo melhoria) de €2477.1 milhões.
A diferença entre as taxas alemãs e portuguesas de rendibilidade das obrigações do Tesouro a 10 anos, diminui fortemente (38 pontos base) o que indica uma maior confiança na economia nacional da parte dos mercados financeiros.