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fado positivo

Porque não estamos condenados a ver sempre o copo meio-vazio, aqui só se destaca o copo meio-cheio

fado positivo

Porque não estamos condenados a ver sempre o copo meio-vazio, aqui só se destaca o copo meio-cheio

Eurostat:

O Eurostat publicou um relatório sobre a distribuição do salário bruto consoante várias variáveis, sendo uma delas é o grau de ensino. O que é medido é um número de pessoas que têm um salário baixo* em comparação com os salários praticados no resto do país. Em Portugal apenas 1% das pessoas com educação superior têm salários baixos, contra 25,4% de quem ficou pelo ensino básico. Apenas na Bélgica e no Luxemburgo há menos licenciados com salários baixos. Na média europeia (sempre tomando em conta os diferentes salários médios em cada país) são 5,8% os licenciados com salários baixos.

 

 

 

* salário baixo é definido como estando abaixo de 2/3 da mediana nacional.

Segundo o anuário estatístico do Eurostat, tabela aqui, os trabalhadores portugueses são dos que recebem uma fatia maior da riqueza criada no país. Em 2009, receberam directamente 52,1% do PIB em forma de salários. Há apenas sete países na UE, onde os trabalhadores se podem gabar de receber mais. De notar que este valor tem tido uma ligeira tendência de aumento nos últimos anos. Em 2000 (primeiro ano na tabela) era de 49,3%, tendo aumentado mais ou menos desde então.

Comparando com países com economias semelhantes, Portugal fica claramente em primeiro lugar. Espanha, Itália e Grécia têm valores de 49%, 42,9% e 36,2% respectivamente.

Segundo o Eurostat os salários (nominais por hora) em Portugal no 4º trimestre de 2009 cresceram 3,1% face ao trimestre homólogo, um valor bem acima da Zona Euro (2,0%) e da UE27 (2,2%). Acrescente-se que isto acontece pelo terceiro trimestre consecutivo.

Por outro lado, os custos não salariais do trabalho (como descontos pagos pelos empregadores) cresceram abaixo da média europeia, 1,9% contra 3,0%.

 

Nota: não é sempre consensual se uma notícia é boa ou má. Neste caso específico, julgo que a grande maioria das pessoas verá aqui uma boa notícia. De qualquer modo, os valores vão certamente contra a opinião catastrofista generalizada, e isso é por si razão para aparecer aqui no blogue.

Ainda a propósito do relatório do Eurostat do post anterior, temos uma comparação entre o salário bruto entre os países europeus consoante o grau de educação em 2006.

Quando comparamos os salários dos trabalhadores com educação superior, vemos que os portugueses não só ficam obviamente à frente de todos os países mais pobres da UE27, como ultrapassam os malteses, os checos, os eslovenos, os gregos e até os espanhóis, ficando assim a meio da tabela de toda a UE27.

Portugal é ainda dos países onde o salário depende mais da educação, sendo assim dos países europeus onde mais compensa estudar. Este facto não se comprova só através da comparançaõ dos salários médios consoante a educação, mas olhando para a probabilidade de se ter um salário baixo (abaixo de 2/3 da mediana). Os licenciados portugueses são os terceiros com menor probabilidade de vir auferir um salário baixo, entre os 27.

O Eurostat publicou um relatório com vários dados sobre a distribuição dos salários nos países europeus. O unadjusted Gender Pay Gap dá a diferença entre o salário médio por hora entre homens e mulheres.

Embora as mulheres portugueses ganhem menos que os homens, esta diferença é de apenas 8%, o terceiro valor mais baixo na UE, cujo valor médio é 18%. Na Espanha este valor é de 17%.

Os últimos dados do GEP (referentes ao último semestre do ano anterior) mostram que é necessário recuar 7 semestres para encontrar uma subida real homóloga maior nos salários dos trabalhadores por conta de outrem. Mostram ainda que há 10 semestres consecutivos que os trabalhadores estão a ganhar poder de compra, com ganhos anuais entre os 1% e os 2,4%.