As exportações de bens aumentaram 3,1% e as importações de bens diminuíram 2,7% no trimestre terminado em abril de 2013, face ao período homólogo (fevereiro de 2012/abril de 2012), tendo-se verificado uma redução do défice da balança comercial no montante de 730,1 milhões de euros.
O défice comercial nos bens (nos serviços, Portugal tem exportações bem superiores às importações) é agora apenas de 1990 milhões de euros. Para se ter uma noção deste valor, há menos de dois anos eu escrevia isto:
"Isto implica um desagravamento fortíssimo do défice da balança comercial, de 5280 passámos para 3880 milhões de euros." Os valores de hoje são metade da boa notícia da altura.
No trimestre que acabou em Fevereiro, o défice comercial de bens foi apenas de 2 232 milhões de euros, uma forte queda face ao ano anterior. No trimestre homólogo, este tinha sido de 3 163 milhões. Isto significa que mais uma vez houve uma grande melhoria na taxa de cobertura portuguesa, indo já nos 82,9%.
E esta melhoria deu-se em todas os sectores, trocas com a Zona Euro, com a UE, e com o resto do Mundo.
Dada a crise na Europa, as exportações para a UE não têm tido um bom comportamento - ainda assim bem acima das importações. No trimestre que acabou em janeiro, a taxa de cobertura das importações pela exportações chegou aos 80,9%, o que compara com 76,1% um ano antes.
Mas é no comércio para fora da UE que vêm as melhores notícias. Descontando o sector dos combustíveis (que tem uma dinâmica muito própria), as exportações subiram 11,6% no período referido. A taxa de cobertura saltou dos 149,9% para os 164.7%!
No total as exportações cresceram, e as importações desceram - o que significou uma melhor no saldo comercial. Se há um ano, ele tinha sido 3227 milhões de euros (trimestre acabado em janeiro 2012), agora foi apenas de 2221 milhões. Uma redução de mil milhões num só ano.
As saídas de bens aumentaram 8,3% e as entradas de bens diminuíram 6,5% no trimestre terminado em julho de 2012, face ao período homólogo de 2011 (maio de 2011/julho de 2011), o que determinou um desagravamento do défice da balança comercial no montante de 1 887,1 milhões de euros.
Resultado: a taxa de cobertura no comércio de bens saltou para os 85,7%.
E isto acontece numa altura em que o petróleo (provavelmente o bem que mais desequilibra a nossa balança) esteve ao preço mais alto de sempre em euros!
As importações voltaram a cair (-6,8%), e as exportações a crescer sustentadamente. O último valor apesar de ser dos mais baixos, não deixa de ser um excelente número: 8,3% foi quanto cresceram as exportações no 2º trimestre de 2012 face ao homólogo.
O resultado disto é óbvio, a balança comercial melhorou em 1 973 milhões de euros. Para dar um termo de comparação as exportações são 13.8 mil milhões. A taxa de cobertura foi a melhor em várias décadas: 83,0%!
Mas há outra excelente notícia no relatório, as empresas portugueses têm consegui contornar a crise na Europa e aumentar as exportações para fora. As exportações para fora da UE aumentaram 19,7% no período referido.
O comércio externo continua a dar boas notícias. Graças a um aumento de 8,4% das exportações no trimestre acabado em Abril, a taxa de cobertura portuguesa chegou a um máximo histórico, com 81,8%. Isto no comércio de bens, o de serviços (não presente no relatório do INE) tem taxa de cobertura bem acima dos 100%.
Ainda há pouco tempo eu celebrava aqui no blog a chegada aos 70% como um grande marco. Hoje já parece coisa pouca.
Há precisamente um ano escrevi aqui que a taxa de cobertura (% das importações coberta pelas importações) alcançava o melhor valor do século, e um dos melhores de sempre, com 70,3%. Esse valor hoje parece ridículo, depois de as exportações terem dado um novo pulo subindo 11,6% (primeiro trimestre de 2012 face ao de 2011), e de as importações terem recuado 3,3%. A taxa de cobertura, no mercado dos bens, está agora nuns surpreendentes 81,0% - o melhor valor de sempre registado pelo INE.
As exportações têm crescido especialmente para países extra-comunitário, para onde houve um aumento de 32,4%, contra apenas +3,6% para a Europa.
Destaque para o sector da maquinaria, onde as exportações cresceram 26,3%.
Já perdi a conta do número de vezes, consecutivas, que escrevo isto: as exportações cresceram bem mais que as importações. Já devem ter sido umas 30.
No trimestre que acabou em Fevereiro, as importações de bens até caíram, -6,0%, e as exportações voltaram a dar um pulo, 10,2%, em relação ao trimestre homólogo. O défice comercial nos bens, caiu assim 39% num só ano, sendo agora de 2.884 milhões de euros.
O INE volta a chamar a atenção que o preço do petróleo impede que haja melhores resultados. Em quase todos os sectores houve uma queda das importações, havendo apenas duas excepções: "partes, peças separadas e acessórios" com um aumento de 2,5%, mas ainda assim perto da média dos -6%, e "produtos primários" nos combustíveis com +79,3%!. Se as importações nesta categoria fossem iguais às do ano passado, o défice comercial estaria abaixo dos 2.000 milhões de euros, uma queda de 60%.
Esta frase é tirada do último boletim do Banco de Portugal, sobre as projeções para 2012 e 2013.
É uma frasesinha perdida no boletim, e não chamou a atenção da imprensa, mas marca um resultado histórico na economia portuguesa. A balança comercial há décadas que era deficitária.
O desequilíbrio da balança comercial de bens e serviços é um problema histórico da economia portuguesa. Há 12 anos a diferença entre o que comprávamos e vendíamos ao exterior chegou aos -12,4% do PIB. No último trimestre de 2011 contudo a economia portuguesa teve o melhor resultado desde que o INE tem dados. A diferença ficou apenas em -1,2%! Dado que nos últimos trimestres a correcção tem sido feito a um ritmo elevado, mais de um 1 ponto percentual por trimestre, pode acontecer que a balança comercial portuguesa seja excedentária ja no fim do corrente trimestre.